sábado, 31 de julho de 2010

Yara [1]




Voltava de novo àquele lugar, àquele mar, era Inverno e tudo estava calmo, muito calmo, e o mar majestoso à minha espera. 
Sentei-me na rocha, mas antes que embarcasse para alguma viagem longínqua, fui verificar, e lá estava o meu nome gravado na rocha…. YARA.

Tinham-se passado tantos anos, e eu continuava a fazer parte daquela rocha, porém, hoje já não era a menina apaixonada, a menina que sonhava com o amor…Quando gravei o meu nome na rocha, tinha a certeza que virias ali, àquele lugar, onde tantas vezes conversámos sobre o nosso amor impossível…E, voltaste…Por baixo do meu nome…uma frase – Nunca te esquecerei –.
Mas, hoje ao ver aquela frase o meu coração nem saltou, permaneci serena e serenada, já se tinham passado tantos anos e a Yara dos contos cor de rosa, a Yara sonhadora tinha morrido, e renascido…

Olhava o mar, apaziguada, reflectindo em todos estes anos que se tinham passado…
A doce Yara tinha partido, e transformou-se em alguém que ninguém poderia reconhecer, o sofrimento destrói-nos, mas também nos sublima, depura-nos e faz-nos tomar opções, por vezes radicais, e uma delas foi por de parte o amor, esse amor dos contos de fadas, que viveram felizes para sempre…
Proibi essa palavra na minha vida, tornei-me dura como uma rocha, por vezes até insensível, é verdade, mas tudo isso fez parte de um caminho que trilhei!
E agora estava ali novamente, sozinha, em busca de um pouco de sossego, para passar uns dias de descanso, e era isso que iria fazer.

Já tinha abraçado o meu mar, e coloquei-me a caminho de casa, que ficava apenas a alguns metros...

3 comentários:

  1. quero seguir esta, que promete ser uma linda história.....amei de verdade..

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Maravilha!...prevejo momentos deliciosos a seguir este seu Livro! Um abraço!

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