quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

De regresso a casa... [42]

Estava na hora de regressar. O Miguel foi levar-me ao aeroporto. Fomos bastante mais cedo. Ficamos a conversar sob o sol envergonhado...
- Sabes Yara, estes dias foram maravilhosos e tudo o que eles representaram para mim. A força que me conseguiste transmitir. A nossa amizade que cresceu. Enfim, nem sei como vou ficar sem ti...
- Ó Miguel, então? Um mês passa depressa, e sabes que tenho imensas coisas à minha espera. Irei a tua casa também regar as plantas, boa?
- Está bem Yara. Tu consegues sempre levar a melhor.
- Nem sempre, querido!
- Miguel, também te quero agradecer de um modo muito especial, a surpresa da noite da inauguração da exposição. Foi algo tão lindo que nunca vou esquecer. És um amor.
- Foi essa a intenção Yara. Algo inesquecível...Humm, acho que nós ainda vamos ficar juntos...
- Miguel! Não digas isso, sabes que isso nunca vai acontecer. Não quero estragar a nossa amizade, que é sublime! E além disso, eu sou mais velha que tu. Juízo!
E rimos à gargalhada!

Chegou então o momento de dizer Adeus..Até já. Estava-nos a custar, mas tinha que ser. O Miguel abraçou-me fortemente, depois "libertou-me" e com o indicador tocou o meu nariz, enquanto ia dizendo - Adoro-te miúda!
- Eu também te adoro, meu bom amigo! Mas, agora vou. Quando chegar ligo-te. Ah! Agradece mais uma vez aos teus pais pela hospitalidade, eles também sãos uns queridos.
- Xau Yara! Até breve



E o avião levantou voo, pelas 11h15. Ia ser uma viagem aborrecida. Não tinha o Miguel para conversar. Ao meu lado estava um senhor de meia idade, absorto num livro. Fechei os olhos e recordei os momentos maravilhosos que tinha passado em Londres. Estava eu entregue a estas cogitações, quando sou interrompida pelo senhor que até pensei nem tivesse dado pela minha presença...
- Bom dia! Como se chama?
- Yara, e o senhor?
- António, prazer.
- Igualmente.
- Desculpe interrompe-la, mas senti uma grande energia que vinha de si...
- Ai! Espere, mas como é que é isso?
- Não se preocupe. É normal. Há pessoas que têm uma energia muito forte. E eu consigo sentir...
Humm...Não estava a gostar nada disto...Mas, ao memso tempo, estava a ficar curiosa...
- Pois, não sei  que energia será essa. espero que seja positiva.
- Posso ler a sua mão?
- Sr. António. Eu não acredito nessas coisas. E por outro lado...Ficar a saber o que vai acontecer não tem piada nenhuma, é como estar a ver um filme que já sabemos como termina.
- Então mas se a Yara não acredita...
Ele estava a provocar-me...
- Ok. Senhor António. Então leia lá a minha mão.
E estendi-lhe a mão direita. Ele observava-a de todos os ângulos e não proferia uma única palavra...Deve ser grave...Pensava eu, mas também nada perguntava. Fiquei serena aguardando o que ele tinha para me dizer...Passado largos minutos, proferiu então a "setença"...
- Yara...As mensagens são complicadas... Há uma criança...Mas não encontro o pai...
Eu ri. Tinha que me rir. O Senhor António olhava-me muito seriamente, como que reprovando o meu riso...
- Sr. António, não se preocupe...deve ser alguma produção independente. Hoje em dia, quase tudo é possível.
- Eu não me preocupo. A Yara é realmente uma pessoa muito forte. É impressionante.
- Que idéia. Sou uma pessoa como todas as outras. Acredite.

E a viagem prosseguiu, continuamos a conversar sobre inúmeras coisas. O Senhor António esqueceu a minha mão. E eu também. Desvarios...



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