quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A Aventura da pesca! [10]

Aproveitei a tarde para descansar, conforme me recomendou o Sr. José. O Dia seguinte ia ser cheio de emoções e às 3h da manhã partiríamos.
Sentia-me tranquila, e muita animada, finalmente ia à pesca!



E assim foi. O luar estava magnífico, preenchia a noite, o mar calmo, muito calmo convidava-nos e assim entramos todos no barco. O momento era de alegria, mas antes de partimos, o pescador mais velho, iniciou uma oração:

Senhor,
Aqui vamos para as tuas águas
Não somos nada, mas contigo
Tudo podemos,
Partimos agora
E só Tu nos poderás trazer de volta,
Protege-nos e às nossas famílias também
Que em terra ficam orando por nós.

(Todos se preparavam para dizer Ámen…)
Mas ele continuou…

Senhor,
Sabemos que a pesca é coisa
De homens destemidos,
Mas hoje levaremos connosco
Esta jovem aventureira,
Por favor protege-a também.

Ámen

Depois desta oração, achei que já não voltava mais a terra, parecia uma despedida, mas depois olhei para eles, todos poderiam ser meus avós, já tinham ido tanta vez ao mar, e ri!


E fizemo-nos ao mar.  Todos queriam saber o porquê da minha presença ali com eles:
- Menina Yara, mas que ideia é esta, porquê?
- Sempre pensei que um dia viria à pesca e por isso aqui estou convosco!
- E nós temos muito gosto nisso, mas as mulheres não costumam vir, se calhar nunca nenhuma veio connosco, pois não Francisco?
- Não, a menina Yara é mesmo a primeira a entrar mar dentro aqui no nosso Conceição.
Conceição era o nome do barco, e o Sr.José continuou:
- Estive a pensar…e se vocês concordarem, o nosso barco novo que está para chegar vai chamar-se Yara? Que acham?
- Que óptima ideia, assim este dia ficará para sempre gravado no nome do nosso barco!
- Sabes Yara, as nossas grandes decisões tomam-se no mar e não em terra, é no mar que fazemos os nossos projectos, é no mar que sempre nos acolheu que tudo fica escrito, como no papel. – Ia-me segredando o Sr.José.


Quando já não se avistava terra, o sol imponente foi aparecendo, iluminando o mar, que estava calmo, muito calmo, foi um momento indescritível, de uma beleza que nunca pensei ver. Fechei os olhos agradecendo aquele momento, eu, o sol e o mar…
A minha alma estava extasiada e ia-me preenchendo por todo aquela imensidão que me apaziguava.



Podíamos ver os peixes que rodeavam o barco, não tardava eles iam lançar as redes, e os pobres peixinhos lá iam desta para melhor…Mas que fazer? Por isso estavam ali.


Notava-se neles uma grande coordenação, todos sabiam exactamente a altura de fazer as coisas, bastava um gesto, um “grito” e eles já sabiam o que havia a fazer.
E mais um gesto e todos pegaram nas redes, aquele momento foi outro momento magnífico!
E a alegria no recolher das redes! Era preciso muita força, e eu fui lá também ajudar. E os peixes saltavam na rede, eram imensos.  Todos estavam muito contentes.
Era hora de regressar e o caminho de volta foi uma festa!
Quando avistamos terra, todos se calaram e rodearam o Sr.Francisco que voltou a rezar:

Senhor,
Voltamos á tua terra
Voltamos para as nossas famílias
Obrigado Senhor

Já estávamos quase a chegar, mas antes:
- Então Yara? Gostaste de ir?
- Sim, adorei, hei-de voltar, aguardo pelo barco novo !
- E nós teremos muito gosto de te levar connosco.




Já em terra não quis deixar de registar o momento, ali estavam os peixes que havíamos pescado!
Era hora de voltar para casa. Tinha vivido uma aventura e tanto!

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