quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Trabalho...[17]



Aquela tarde foi um corropio. Visitei ainda alguns clientes e adiantei imenso trabalho. Acabei por jantar, não com os meus pais como havia prometido, mas na casa de um casal que já conheço há imenso tempo. Começamos a trabalhar quando a Joana estava grávida, para preparamos o quarto do bebé, o João que já tem 3 anitos, entretanto e ano após ano temos vindo a trabalhar a casa toda, ainda faltam algumas divisões…
- Yara, espero que não fiques por lá muito tempo, vamos sentir a tua falta…
- Virei cá muitas vezes, porque tenho trabalhos em curso, e é preciso acompanha-los de perto.
- Pois, a nossa casa, já não parece a mesma, agora sente-se aquele conforto de estar aqui.
- Ainda bem! Continuaremos o trabalho, sim!!!
- Mas, porque vais embora?
- PoisPpreciso de estar lá…O mar…Lá não há stress, ou se há o mar leva-o, acordo a ouvir o mar, trabalho a ouvir o mar… Isso para mim é tudo, e depois…Apareceu um cliente com um trabalho complicado, mas que não quero perder de vista, por isso aí vou eu!
- Compreendo! Por enquanto não tens família, podes fazer isso!
- Pois, é isso!
E eu ia pensando de mim para mim… Não tenho nem vou ter, serei sempre livre…



A noite trouxe-me de novo para mim, para o meu silêncio, para a minha procura do mar. Abri a janela, mas ele não estava lá. Podia ouvir os carros que passavam, as pessoas e à volta prédios que me aprisionavam os sentidos, e de repente…Um pensamento que me fez saltar o coração… O Paulo, não tinha dito nada…Procurei o telemóvel e não tinha bateria, liguei-o, e lá estavam as chamadas do Paulo e uma mensagem:

- Yara! Deves andar ocupada com o teu trabalho, não te preocupes, pois eu estou muito feliz! O meu advogado conseguiu a autorização para eu terminar o meu curso aqui na prisão, por isso vou estar super ocupado e assim o tempo passará muito mais rápido.
Tenho muitas saudades tuas, espero que regresses em breve, preciso abraçar-te de novo…Já não posso viver sem ti…Desculpa, preciso da tua amizade, mas, sem correntes… Sei que me entendes. Vem quando puderes, tá?
Um beijo para ti Yara!


Desliguei...Senti-me nesse momento abraçada pelo Paulo. Senti nesse momento saudades do Paulo. Olhei ao meu redor, apeteceu-me pôr-me a caminho e amanhã ir visitar o Paulo. Ainda hesitei, mas seria loucura a mais, já tinha clientes marcados para as dez horas da manhã...

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