segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A bonança...[13]



Já em casa, por mais que tentasse não consegui parar de chorar, uma tristeza enorme tomava conta de mim, mas, tinha que ir descansar. Ouvi bater na porta, quem seria? Lembrei de imediato da última vez que tinham batido… Fui abrir, era o pai do Paulo:
- Yara, desculpa vir já, mas tinha que te acalmar, eu vi como saíste do tribunal.
Eu ia limpando as lágrimas que não paravam de cair e ele continuou:
- Peço-te desculpa, mais uma vez pela minha reacção no outro dia, mas agora não vamos falar disso, posso entrar?
- Ah! Sim, desculpa.
- Olha Yara, a sentença foi seis anos, mas não quer dizer que o Paulo vá ficar seis anos na prisão…
- Não?
- Não! Ele poderá sair ao fim de um ano em liberdade condicional, se tiver bom comportamento, por isso acalma-te, filha.
O Álvaro a tratar-me por filha? Que estranho e continuou:
- Sei que vais ajudar o Paulo a portar-se bem, sei também que se amam e teremos muito gosto, eu e a Maria de vos ver felizes.
- Felizes? Amamo-nos? Álvaro, não estará a ir longe demais?
- Está bem amiga, deixa isso agora, depois falaremos sobre estas e outras coisas, agora vai descansar e sossega. O Paulo está bem e manda-te um abraço enorme.
- Entre as lágrimas, sorri.
Despedimo-nos. Mas antes de fechar a porta:
- Obrigado Álvaro, agora fico mais tranquila.

Fui descansar, as lágrimas cessaram e eu sentia-me serenar, a chuva também tinha parado e eu ia adormecendo embalada pelo meu mar e repetindo em mim as palavras… - Felizes? Amamo-nos? -

Sem comentários:

Enviar um comentário