
- Yara, desculpa vir já, mas tinha que te acalmar, eu vi como saíste do tribunal.
Eu ia limpando as lágrimas que não paravam de cair e ele continuou:
- Peço-te desculpa, mais uma vez pela minha reacção no outro dia, mas agora não vamos falar disso, posso entrar?
- Ah! Sim, desculpa.
- Olha Yara, a sentença foi seis anos, mas não quer dizer que o Paulo vá ficar seis anos na prisão…
- Não?
- Não! Ele poderá sair ao fim de um ano em liberdade condicional, se tiver bom comportamento, por isso acalma-te, filha.
O Álvaro a tratar-me por filha? Que estranho e continuou:
- Sei que vais ajudar o Paulo a portar-se bem, sei também que se amam e teremos muito gosto, eu e a Maria de vos ver felizes.
- Felizes? Amamo-nos? Álvaro, não estará a ir longe demais?
- Está bem amiga, deixa isso agora, depois falaremos sobre estas e outras coisas, agora vai descansar e sossega. O Paulo está bem e manda-te um abraço enorme.
- Entre as lágrimas, sorri.
Despedimo-nos. Mas antes de fechar a porta:
- Obrigado Álvaro, agora fico mais tranquila.
Fui descansar, as lágrimas cessaram e eu sentia-me serenar, a chuva também tinha parado e eu ia adormecendo embalada pelo meu mar e repetindo em mim as palavras… - Felizes? Amamo-nos? -
Sem comentários:
Enviar um comentário